sexta-feira, 26 de julho de 2013

UMA VISÃO DA RÚSSIA E MÉDICOS


RIQUEZA E POBREZA NA RÚSSIA MODERNA


Transcrições do World Socialist Web Site e netsaberARTIGOS


World Socialist Web Site
WSWS : Portuguese

Riqueza e pobreza na Rússia moderna

Por Vladimir Volkov e Julia Denenberg
7 Junio 2005
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Desde o início do ano, têm ocorrido protestos, principalmente contra a transformação
 dos benefícios sociais em pagamento à vista de quantias substancialmente menores.
A propaganda governamental tem procurado atribuir o crescimento dos protestos a
 problemas relacionados com a implementação da nova legislação de benefícios 
sociais, e insiste também que as próprias leis são necessárias e inevitáveis.
No entanto, os protestos dos pensionistas constituem apenas a ponta do iceberg.
A causa fundamental das cada vez maiores manifestações de descontentamento é
o enorme índice de desigualdade social resultante da introdução do capitalismo na
ex-União Soviética.
Na mensagem de Ano Novo, o presidente Vladimir Putin assegurou que a situação
social da maioria dos russos melhorara no ano passado. Apenas alguns dias mais
tarde, todavia, a erupção de protestos indicava o que amplas setores populacionais 
pensavam sobre o assunto.
Mesmo ligeiro exame da situação social na Rússia moderna revela uma sociedade
profundamente dividida. Uma mancheia de estatísticas espelham a realidade de dois
mundos distintos dificilmente em contacto um com o outro. Um—o mundo da riqueza 
e do luxo—é habitado por insignificante minoria. O outro—o mundo do declínio social
e de árdua luta pela sobrevivência - é habitado por milhões e milhões.
Números reveladores da distribuição da riqueza descrevem a gritante natureza da pola
rização social. De acordo com informes governamentais, a renda dos membros mais
ricos da sociedade russa é l5 vezes superior à dos mais pobres—um dos mais
elevados níveis de desigualdade social registrados nos principais paises.
Em Moscou, esta diferença é 53 vezes maior.



Abaixo da linha de pobreza
O ponto extremo do espectro da riqueza



Conforme números divulgados pelo Banco Mundial, no fim do ano, 20 por cento
 da população russa vivem abaixo do nível de pobreza, definido pela renda mensal
de 1.000 rublos—menos de 30 Euros ou de 38 dólares.
A esmagadora maioria das famílias russas jaz à margem da pobreza. O Banco Mundial 
calculou que um decréscimo médio de 10% da renda implicaria numa elevação de
 50% na taxa de pobreza. A maioria dos pobres da Rússia acha-se entre famílias
 operárias sustentadas por adultos com nível técnico médio e em famílias com crianças.
A maior parte dos trabalhadores pobres trabalha no setor público, inclusive professores,
 médicos e servidores de nível inferior. As ocupações de rendas mais baixas—sem
 exclusão dos empregados nos serviços de saúde, tais como enfermeiros e demais
 servidores relacionados. Os empregos de rendas inferiores—incluindo aqueles dos
serviços de saúde, tais como enfermeiras e paramédicos—são de grande importância
 social. As míseras condições do pessoal destes setores contribuem para o descalabro
 das estruturas sobre as quais assenta a sociedade.
Os bem-sucedidos são detentores de privilégios e benefícios maiores do que os pobres
 ou quase pobres. O Banco Mundial registra que as pensões sociais de nível médio
 (com exceção das destinadas a crianças), pagas aos relativamente ricos, ultrapassam
 as recebidas pelas camadas sociais mais pobres.
O Departamento Nacional de Estatísticas classifica oficialmente um total de 31 milhões
 de indivíduos (22% da população) como pobres. Outras pesquisas, todavia, elevam o
 percentual de pobreza para 40% ou mais.
O Centro de Pesquisas do Padrão de Vida de Todas as Rússias divulgou os seguintes
 números para s vários graus de pobreza:
No final de 2003, a renda média foi calculada em 2.l21 rublos (60 Euros ou 77 dólares)
 mensais, aqueles que trabalham percebendo 2.300 rublos (65 Euros ou 83 dolares) e
 pensionistas que ganham 1.600 rublos (45 Euros/58 dóares). Aqueles cujas rendas 
caem para níveis inferiores a estes são definidos como pobres. Uma segunda categoria
 é a dos que estão em situações piores, inclusive famílias em que a renda per capitafica
 entre 2.121 e 4.400 rublos (60-120 Ruros/77-161 dólares). Uma seção significativa da
 população pode ser incluída nestas duas categorias.
O Centro de Estudos dos Níveis de Vida classifica de "camadas médias" lares
 detentores de uma renda per capita entre 4.400 e 15.000 rublos (126-430 Euros/161-550
 dólares). Pelos padrões ocidentais, estes níveis de renda representariam pobreza.
Pensionistas e jovens formam os setores mais pobres da sociedade russa. O Fundo de
 Avaliações Sociais verificou que praticamente nenhuma pessoa jovem—exatamente 
1%—economiza para a velhice. Dois terços dos jovens que foram indagados afirmaram
 que não podiam adquirir coisa alguma. Os jovens que vivem na zona rural ou em
 pequenas cidades, correm o risco de ser os mais pobres. Contrastando com os paises
 ocidentais, onde a pobreza é freqüentemente concentrada nos grandes núcleos
 urbanos, os pobres na Rússia vivem nas aldeias e nas pequenas cidades.
Famílias com crianças estão expostas ao constante risco da pobreza, particularmente
 as de dois ou mais filhos.
Crianças de famílias de baixa renda têm substancialmente diminuídas as chances de

conseguirem um aprendizado após o término do curso secundário. Apensas 15% dos
 filhos de famílias pobres freqüentam escolas técnicas especializadas ou universidades.
 Baixo nível educacional constitui importante fator na persistência da pobreza.
Os pobres adoecem mais freqüentemente ou sucumbem ao alcoolismo. A incidência de
 tuberculose na Rússia é 10 vezes maior do que na Europa ocidental.
Cientistas calculam que desde o início da década de 1990, algo em torno de 8 milhões de
 russos morreram prematuramente. O índice de mortalidade elevou-se uma vez e meia no
 decorrer do mesmo período. Em 2003, este indicador alcançou o ponto alto de l6,4 mortes
 por 1.000 habitantes.
O russo comum pode esperar viver somente 58 anos. Isto significa que mulheres casadas,
 em média, ficam viúvas por 15 anos. Deve-se tal fato tanto à maior expectativa de vida das
 mulheres quanto ao fato de estas se casarem mais cedo.
A despeito das adversidades da vida cotidiana na União Soviética, para a maior parte do
povo a situação era substancialmente melhor do que a prevalecente na Rússia
 contemporânea. Hoje, o salário médio cobre apenas 27% das necessidades de sustento
 de um adulto em idade economicamente produtiva; a assistência à infância custeia exatamente
 3% dos gastos indispensáveis de uma criança, e a pensão mínima chega apenas a 46%
 dos gastos médios de um pensionista.
Na União Soviética, o salário mínimo alcançava uma vez e meia o mínimo necessário do consumo.
 O salário mínimo russo teria de ser triplicado para que cobrisse o nível médio de consumo.
Uma luta séria contra a pobreza torna-se impossível sem uma reforma real do sistema
 educacional e dos serviços de saúde. Ambos teriam de tornarem-se acessíveis às amplas camadas populacionais. Todavia a tendência aponta na direção oposta.
Para um crescente número de russos, está se tornando claro que ulteriores "reformas" capitalistas não significarão melhorias de suas condições.   continue a ler...

Fonte: http://www.wsws.org/pt/2005/jun2005/port-j07.shtml






ARTIGO DE OPINIÃO: UMA ANÁLISE DO DOCUMENTÁRIO SiCKO DE MICHAEL MOORE

O DOCUMENTÁRIO
Michael F. Moore é um liberal que já criticou a globalização, as grandes corporações, violência com armas, a guerra no Iraque, o presidente americano George W. Bush e o sistema de saúde americano, visto em seu documentário Sicko, que assistimos em sala de aula. Moore foi nomeado pela revista Times Magazine como uma das 100 pessoas que mais influenciam as pessoas.
Autor: João Batista Cirilo

Sicko é um documentário que investiga o sistema de saúde americano, se concentrando mais na indústria farmacêutica e nos planos de saúde. O filme faz comparações entre os sistemas canadense, inglês, francês e cubano.
Chegando ao Canadá um de seus entrevistados é Tommy Douglas, votado como o “Greatest Canadian” por causa de sua contribuição ao sistema de saúde canadense. Após ter visitado o Canadá o autor vai para Inglaterra onde entrevista pacientes em um hospital e uma farmácia onde os medicamento são de graça para menores de 16 anos de idade ou acima de 60 anos.
A França foi o país que mais surpreendeu o Moore. Na França o governo faz muito mais do que não cobrar nada dos pacientes nos postos de saúde. Ele providencia também um tipo de serviço social onde há creches disponíveis por um valor muito baixo e babás que cozinham, limpam e lavam a roupa para as mães recentes.
No documentário Sicko se vê claramente que os postos de saúde americanos se importam mais com a quantidade de dinheiro que fazem. Importam-se mais com o lucro. Para receber um bom atendimento nos hospitais dos EUA não basta ter apenas muito dinheiro. Precisa ter muito mais que isso.
OPINIÃO
É fato que não existe um sistema de saúde realmente “universal”, não em essência, que as condições para que estes sistemas funcionem variam de país para país, uma vez que estes possuem condições e ideologias sociais distintas. Porém, sabe-se que muitos são os países que tentam estabelecer um sistema razoavelmente eficaz, no sentido de atender os problemas de saúde de suas populações de forma holística e com baixo custo para os usuários, como Chile, Argentina, México, Brasil, entre outros, ainda que subdesenvolvidos. 
Do ponto de vista “sistemático” deve-se ressaltar quando da necessidade da criação de diretrizes que realmente fundamentem a operacionalização da “saúde” em condições humanas. Como exemplo de ineficácia desse processo pode-se citar o sistema de saúde do Brasil, que a pesar de ter seus moldes desentranhados da grande massa, do povo propriamente dito, a mais de 20 anos de ”existência” continua parcialmente inibido, quando de sua execução.
Necessita-se então de ações integrais que aflorem da “essência” do “sistema”. Ações mútuas, conjuntas, integrais e que proporcionem integralidade, que possam circular livremente desde a criação da política que regulamenta o produto ou serviço até o profissional que a postule na prática, fluindo não necessariamente de forma absoluta, mas coerentemente pelo caminho. Talvez assim possamos realmente fazer jus a saúde quanto “direito de todos e dever do Estado”. Que essa expressão aflore “mundo afora” e que acima de tudo consiga quebrar as fronteiras da “hereditária” subserviência.
Informações: Francine Asobo – Relações Internacionais
Opinião: João Batista dos Santos – Acadêmico de Enfermagem / FSM


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