sábado, 1 de dezembro de 2012

MILITAR PARA PRESIDENTE DA NAÇÃO?

NÃO DÁ CERTO, NUNCA DEU E NÃO DARÁ

Honestidade, patriotismo e decência não bastam



Tenho afirmado e reafirmo que pretensões militares de colocar um militar na presidência da republica é falta de bom senso, equilíbrio, beirando até arrogância; presumem que só militares são honestos, organizados, com bons propósitos, patriotas e bons administradores, depreciando é claro os civis, aos quais consideram incapazes, desonestos, desorganizados, carentes de bons propósitos e patriotismo. Infelizmente existe um corte, uma separação entre militares e civis, aqueles desconsiderando esses, enquanto esses respeitam os militares. Parece mais briga em família, briga entre irmãos, tal discriminação.

Minha convicção de que militares são aptos para comandar, mas inaptos para dirigir é fundada na ciência psicológica, especificamente área de condicionamentos (Pavlov); condicionamentos são ordens e comportamentosimperativos que nosso subconsciente determina, praticamente impossíveis de serem contornados. 

Para contornar condicionamentos é essencial treinamento severo durante dezenas de anos, coisa de quarenta, cinqüenta anos; sei por estudo, observação e prática pessoal, além de relatos de uns poucos gigantes que empreenderam tal trabalho de Hércules. Em uma nação, poucos são os que têm a oportunidade e determinação para mudar radicalmente a vida, transformar o branco em preto, noite em dia, escuro em claro, mudar o sentido da caminhada, abandonar toda uma vida, estudos, propósitos, para chegar a um determinado objetivo. Militares não podem empreender tal propósito, pois se o fizerem estarão afrontando toda uma hierarquia militar, modo de vida militar, afrontando a tribo, e claro assim deixando de ser militares, o que acarretará punições e expulsão do meio militar, expulsão da tribo.

Transcrevo abaixo algo que foi escrito no Portal Militar
a título de humor e respectivos comentários, elucidativos, sobre o assunto:




Foi tudo muito rápido. O Oficial bem-sucedido sentiu uma pontada no peito, vacilou, cambaleou. Deu um gemido e apagou. Quando voltou a abrir os olhos, viu-se diante de um imenso Portal.

Ainda meio zonzo, atravessou-o e viu uma miríade de pessoas. Todas vestindo cândidos camisolões e caminhando despreocupadas. Sem entender bem o que estava acontecendo, o Capitão-de-Mar- e-Guerra bem pontuado
abordou um dos passantes:

- Enfermeiro, eu preciso voltar urgente para bordo, porque tenho que dar o pronto ao Almirante de uma faina importantíssima. Aliás, acho
que fui trazido para cá por engano, porque eu pago UNIMED, e isto aqui está me parecendo mais o Marcílio Dias. Onde é que nós estamos?

- No céu.

- No céu?...

- É.

- Tipo assim... o céu, CÉU...! Aquele com querubins voando e coisas do gênero?

- Certamente. Aqui todos vivemos em estado de gozo permanente.

Apesar das óbvias evidências (nenhuma poluição, todo mundo sorrindo, ninguém usando telefone celular), O CMG custou um pouco a admitir que havia mesmo recebido e cumprido a ORDMOV divina.

Tentou então o plano B: convencer o interlocutor, por meio das infalíveis técnicas avançadas de negociação, de que aquela situação era inaceitável. Porque, ponderou, dali a uma semana ela iria ser indicado para uma permanente além de estar fortemente cotado para entrar na lista de escolha.

E foi aí que o interlocutor sugeriu:

- Talvez seja melhor você conversar com Pedro, o síndico.
- É? E como é que eu marco uma audiência? Ele tem Assistente?
- Não, não. Basta estalar os dedos e ele aparece.
- Assim? (...)

- Pois não?

O OFMARA  bem-pontuado quase desaba da nuvem. À sua frente, imponente, segurando uma chave que mais parecia um martelo, estava o próprio Pedro.

Mas, o nosso comandante havia cursado o C-PEM estando pronto para situações inesperadas e reagiu rapidinho:

- Bom dia. Muito prazer. Belas sandálias. Eu sou um CEM bem pontuado e...

- CEM?... Que palavra estranha. De que século você veio?

- Do 21. O distinto vai me dizer que não conhece o termo Chefe do Estado-Maior?

- Já ouvi falar. Mas não é do meu tempo.

Foi então que nosso comandante bem pontuado teve um insight. A máxima autoridade ali no paraíso aparentava ser um zero à esquerda em modernas técnicas de gestão empresarial. Logo, com seu brilhante currículo naval, o brioso Oficial poderia rapidamente assumir um cargo, por assim dizer, celestial ali na organização.

- Sabe, meu caro Pedro. Se você me permite, eu gostaria de lhe fazer uma proposta. Basta olhar para esse povo todo aí, só batendo papo e andando a toa, para perceber que aqui no Paraíso há enormes oportunidades para dar um upgrade na produtividade sistêmica.

- É mesmo?

- Pode acreditar, porque tenho Mestrado em Ciências Navais (não para o que serve) com MBA da COPPEAD. Por exemplo, não vejo ninguém usando crachá. Como é que a gente sabe quem é quem aqui, e quem faz o quê? e
como anda a segurança orgânica da OM, quero dizer, do céu/

- Ah, não sabemos.

- Entendeu o meu ponto? Sem controle, há dispersão. E dispersão gera desmotivação. Com o tempo isto aqui vai acabar virando uma anarquia.
Mas nós dois podemos consertar tudo isso rapidinho, implementando um simples programa de adestramento e logo após o programa Netuno.

- Que interessante. ..

- É claro que, antes de tudo, precisaríamos de uma hierarquização e uma Tabela Mestra, nada que uma grande Parada e um GT de avaliação de perfis psicológicos não consigam resolver.

- !!!...???... .

- Aí, contratamos meia dúzia de TTC para nos ajudar a definir as estratégias operacionais e estabeleceríamos algumas comissões de inspeção administrativas, maximizando, dessa forma, o cumprimento das ORDEUS (orientações de Deus)

- Ótimo. O passo seguinte seria fazer um expediente pedindo para aumentar a TL, arrumar uns micros ligados no Sigdem, redigir normas e procedimentos, definir o propósito, investir num Plano Básico para A+2 e em reuniões de Caixa de alto valor agregado. O mercado telestérico, por exemplo, me parece extremamente atrativo.

- Incrível!

- É óbvio que, para conseguir tudo isso, nós dois teremos que nomear um GT de altíssimo nível. Com missão, tarefa e propósito atraente, é claro. Coisa assim de 30 subgrupos com várias diárias e ajudas de custo. Porque, agora falando de colega para colega, tenho certeza de que você vai concordar comigo, Pedro. O desafio que temos pela frente envolve todos os ODS.

- Impressionante!

- Isso significa que podemos partir para a implementação?

- Não. Significa que você terá um futuro brilhante... se for trabalhar  com o nosso concorrente. Porque você acaba de descrever, exatamente, como funciona o Inferno.

Adaptado de Max Gehringer para a MB
(Revista Exame)



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Comentários

  • EJoseA
  • em 01-12-2012 às 10:21
    Compreendem porque militares não podem ser presidentes da Nação? São treinados para serem militares; condicionamentos são fortes e só imensa força de vontade consegue superar. Pior quando o sujeito não percebe que está condicionado. a. JOSÉ GRIFAO





  • Solange
  • em 16-09-2012 às 12:49
    Por isso me separei. É triste mas agora acho engraçado. O comportamento militar extrapola os muros do quartel e prejudica o relacionamento. Serão todos assim? era o que via nas recepções que frequentava.


  • Jorge Matos
  • em 23-08-2012 às 18:34
    É isso mesmo. Está tão entranhado em nosso comportamento as regras, regulamentos, deveres, obrigações, missões, tarefas e fainas que não nos permitimos pensar, ser flexíveis, enxergar um palmo a frente até mesmo a realidade dos fatos. Gostei.

    Fonte:  http://www.militar.com.br/modules.phpname=Humor&file=display&jid=126#.ULn2XeRXuBM

    Exceto a parte transcrita, o texto é de responsabilidade de Estéfani JOSÉ Agoston, sendo autorizada a transcrição desde que mantido o espírito, não para fins comerciais ou obras derivadas.

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