Na opinião dos revisores, os países devem reagir mais duramente a tais crimes e simplificar os esquemas de impostos, para torná-los mais transparentes.
O estudo foi realizado em vinte e seis países europeus. Os resultados foram sensacionais. Os especialistas constatam –se se conseguir reaver o que foi perdido em consequência das manipulações com impostos, pode-se resolver todos os problemas financeiros da Grécia, Portugal e Irlanda juntos somados. A gigantesca perda ocorreu não apenas em consequência de esquemas criminosos – foram também considerados os métodos perfeitamente legais de redução da tributação. E também as perdas por motivo de falências de companhias europeias, atrasos de pagamentos e erros na prestação de contas financeiras.
Cada país na União Europeia estabelece taxas de IVA independentemente. Há apenas um limite mínimo da taxa básica – não menos de 15%. A crise econômica obrigou os países europeus a aumentar o IVA. Se em 2009 o montante médio do imposto na UE estava no nível de 20%, em 2012 aumentou para 21%. Assim, a Grécia, financeiramente instável, no ano passado aumentou a taxa em 4%, para 23%. Mas isso não levou a um aumento considerável das receitas do IVA. O analista Alexander Razubaev considera que os países europeus precisam ter um sistema unificado de impostos:
“Como em qualquer economia, é necessária legislação mais transparente. Isto se refere sobretudo aos países do Sul da Europa. São muitos os países, mas a economia é de fato uma só, consequentemente existe uma confusão. Se não houvesse apenas um único Banco Central, mas também um único Ministério das Finanças, a situação poderia ser melhor. Se as regras fiscais de jogo forem únicas em toda parte, então tudo ficará bem.”
O que custa mais caro aos países europeus é a saída das companhias para offshores. Por causa disto, a economia da União Europeia perde anualmente um trilhão de euros, o que é equivalente ao orçamento de toda a Europa em sete anos.
Por enquanto, a União Europeia apenas começa a luta contra este fenômeno. A Europa necessita de simplificar os esquemas tributários e relatórios financeiros, para torná-los mais transparentes. Até ao final de setembro, a Comissão Europeia apresentará um projeto de declaração europeia unificada do IVA, onde serão estabelecidas exigências fiscais mais duras para todos os países da UE. A partir de 2015 a União Europeia pode criar um sistema único de coleta de imposto sobre o valor acrescido, começando com a tributação no setor das telecomunicações. Mas, por enquanto, a UE não se apressa a combater os offshores, não há suficiente consenso sobre como o fazer com mais eficácia para não perder ainda mais receitas fiscais.