segunda-feira, 2 de julho de 2012

A NOVA CHINA

transcrição de texto encontrado por meio de pesquisa do nome Norton Seng/Grupo Guararapes


fiquei surpreendido pelo texto, no que tange à China, assim transcrevo-o abaixo



A CHINA REAL
(Norton Seng)
BREVE APRESENTAÇÃO
Norton Seng e eu trabalhamos juntos em Brasília, e nos distanciamos quando ele se candidatou a trabalhar na China, onde permaneceu por doze anos. Por lá casou-se, teve filhos e, recentemente, já aposentado, retornou a São Paulo, onde tem residência. Agora, está novamente em Beijing, onde pretende ficar por um ano, prazo máximo que aquele superpopuloso país concede a estrangeiros visitantes. E de lá ele me escreve, mostrando a espantosa diferença que se comprova existir entre um grande país, que é administrado segundo os próprios interesses, como parece ser o caso da nação asiática, e outro grande país, o nosso, que – ao contrário – é administrado por interesses externos. Seu relato é impressionante.
Pedi-lhe autorização para repassá-lo.
RESPOSTA
Estimado Tollendal,
certamente que autorizo, meu caro.
Aliás, creio que não existe povo mais espoliado pelo próprio governo e empresas forâneas do que o povo brasileiro. Um absurdo o que se faz em nosso país, com a incrível aquiescência e a indecente e incestuosa anuência de nosso governo tíbio, pusilânime e subserviente.
Que Deus se apiede de nosso Brasil e de todos nós.

RELATO SOBRE A CHINA ATUAL
Voltei a habitar o país com o visto de residência (anual) em virtude de ser casado com uma cidadã local. E não importa que os meus filhos tenham nascido aqui, pois o Governo não concede o que conhecemos por “visto permanente” (ainda vou me informar se houve alguma modificação neste ano e meio em que estive ausente do país).
A cidade é cosmopolita não ficando nada a dever às outras grandes capitais do Mundo. Uma cidade com mais de 17 milhões de pessoas (considerando a população flutuante de + ou - 3 milhões de pessoas).
Com imensos e bem cuidados parques, dotados de lagos com pedalinhos e barquinhos para o entretenimento dos visitantes. Suas amplas avenidas cortam a cidade em todas as direções. Um verdadeiro complexo de anéis viários, com serpenteantes elevados que se enovelam, indo em várias direções, o que facilita sobremaneira o intenso tráfego na cidade.
Ostenta prédios modernos, imensos, inteligentes e com tanto luxo, que não temos no Brasil nada que chegue perto da ostentação que aqui vemos.
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Os hotéis, em número assustador, são verdadeiros palácios. Os shoppings-centers (maiores do mundo) são verdadeiros templos de consumo. Só para você ter uma idéia, Beijing tem mais de 200 lanchonetes MacDonald's, mais de 80 KFCs (Kentucky Fried Chicken), mais de 30 Starbuck Cafes (no Brasil não temos nenhum, pois o baixo poder aquisitivo do brasileiro não permite a um número considerável de cidadãos se dar o luxo de pagar de 8 a 15 reais por um cafezinho (não é mesmo?).
Além da maioria das grifes internacionais. Suas ruas estão cheias de carros novos, a maioria deles fabricados na China. As montadoras do mundo estão aqui e que se situam numa faixa de preço que supera os 80 mil reais por unidade. É comuníssimo vermos passando por nós Caiennes, BMWs, Mercedes, Cadillacs, Bentleys, Rav4s, CRVs, Buicks, Hondas Accord, Toyotas Camry, enfim, um contraste com a maioria de carros pequenos e médios brasileiros que abundam as ruas de SP. Respira-se no ar a riqueza e temos diante dos olhos uma passarela de exuberância e beleza, que só o desenvolvimento pode mostrar.
Ainda mais surpreendente pois, em 1992, quando aqui cheguei e fiquei os primeiros 10 anos, o cenário era de pobreza, tristeza, sacos plásticos rolando pelas ruas sujas e escuras. Enfim tudo cinzento. Até mesmo nas roupas da maioria de seus cidadãos, não importando se homens, mulheres, velhos ou crianças. O cinzento era a cor dominante.
As lojas mostravam uma sujeira que já não se vê mais. E como num passe de mágica (investimento em educação, trabalho, esforço hercúleo e gerenciamento preciso, correto e profissional do governo) hoje vivemos num país onde o cenário monocromático e monótono de antes passou para o brilho incandescente de um fulgurante arco-íris multicolorido. À noite o espetáculo de luzes é feérico. De todas as cores e em tal intensidade que passa a ser desnecessário o ato de se ligar ou não as luzes do carro, pois não se nota nenhuma diferença (enquanto isso, no Brasil, pagamos a energia mais cara do Mundo...)

Acho curioso como ainda muitos jornalistas (brasileiros e estrangeiros em geral) insistem em dizer que a China está cheia de mão-de-obra escrava e que os operários trabalham 12 horas por dia. Uma deslavada mentira, pois onde moro atualmente (fora do perímetro urbano) encontram-se algumas fábricas e milhares de lojas e escritórios que cumprem o horário ocidental de trabalho. E nos supermercados e fábricas, que funcionam mais de 8 horas (ou 24 horas ininterruptas, como os hospitais), é adotado o conhecido “turno de trabalho”, onde cada turno não trabalha mais de 8 horas. E, se trabalhar (como sempre ocorreu e ainda ocorre no Brasil), por vontade própria e interesse do trabalhador, ele percebe horas-extras (procedimento comum até nos nossos bancos).
Enfim, as lendas são muitas sobre este país. Mas meus mais de 12 anos vivendo aqui me autorizam a dizer o que vi e constatei com os meus próprios olhos e a minha modesta experiência.
Outra brutal distorção é a comparação (imbecil, devo dizer) que fazem os “jornalistas” e “economistas” ao se referirem aos baixos salários chineses. Como? Se os “altos” salários brasileiros são drenados pelo governo e pelas absurdas tarifas que todos pagam, além dos transportes, escolas, material escolar, hospitais, remédios, entre tantos outros itens? Enquanto isso, os chineses gastam menos de 1% do que ganham com transporte e remédios. E parece que essas pessoas se esqueceram de que não se compara bananas com tomates, mas, sim, bananas com bananas e tomates com tomates.
E além do mais não se pode tomar como base de comparação o salário, pura e simplesmente como esses “doutos” fazem no Brasil e Mundo afora.
Veja um bom exemplo: há poucos dias comprei aqui um filtro (computadorizado) para purificar o ar dentro de casa. No Brasil (em SP) esse mesmo filtro custava 4 mil reais (desisti de comprar). Paguei aqui o equivalente a 800 reais... pode? A bicicleta do meu filho custou o equivalente a 80 reais quando uma similar no Brasil não se compra por menos 700 reais. Pode? E por aí vai... roupas, medicamentos, brinquedos (estes, meu caro, encontram-se por volta de um quinto do que custam no Brasil), entre tantos outros itens.
Por isso, a China cresce astronomicamente. Segredo? Tem governo. Tem gerenciamento. Disciplina. Pena de morte. Por aqui, não se vêem Marcolas e nem Fernandinhos Beira-mar sendo transportados e tratados como “estrelas de cinema” ou “autoridades” e nenhum marginal vive ocupando a mídia em notícias sensacionalistas. A prisão é a mesma e todos quebram pedra, fazem sapatos, cintos, plantam e cultivam em prisões agrícolas. E não há rebelião em presídio e em Febens.
Além disso, o governo adota a política de juros estáveis e baixos (6%) e tarifas que se situam na faixa média de 4%. Por isso, ninguém se sente motivado a sonegar. Sonegar para quê? Além do ridículo do que seria “poupado” o sonegador enfrentaria a Lei (que é severa como devem ser as Leis) e um regime judicial que... funciona. Sim! Que funciona... e funciona rápido. Julgamentos do cidadão-infrator por aqui costumam ser rápidos, quando não sumários.
E assim o país cresce de forma ordeira e continuada. As pessoas andam nas ruas mostrando um semblante de paz com o ambiente, confiança no futuro e muitos estampam um sorriso no rosto. Grupos de jovens e adultos que andam rindo, conversando e se abraçando. Bares e restaurantes cheios. Quiosques com frutas de todos os tipos e vendidas por preços baixos em quase todas as esquinas. Enfim, estão orgulhosos com o seu país e com as suas vidas.
Enquanto isso, para minha tristeza como brasileiro, no ano e meio que passei em SP o que vi - em todas as ruas, tanto nos Jardins como no centro da cidade - foram pessoas com fisionomia séria e triste.
Mulheres andando celeremente e com suas bolsas agarradas de encontro ao corpo. Para não falar na insegurança que ultrapassou todos os limites suportáveis (e, inexplicavelmente, parece que os brasileiros se acostumaram com isso...). O noticiário diário e da mídia em geral, mostra os tentáculos da violência em ação em todo o Brasil. Para não falar nos escândalos do governo e de todos... e os autores continuam impunes e cada vez mais ricos. E ainda falam que a corrupção na China é enorme... (?!?). Dá para entender?

Enquanto isso, a China responde com sua moeda estável há mais de 10 anos; com suas reservas (exclusive ouro) de mais de 1 trilhão de dólares (só a reserva chinesa é quase o dobro do PIB brasileiro, pode?); crescimento acima de 10% ao ano; e a maior desova anual de cientistas, engenheiros e técnicos do Mundo.
Enfim, os dados são tantos e imensos que eu teria que escrever muito mais (o que estou fazendo em meu livro, que espero concluir dentro de 5 meses). E, finalizando, para os que contradizem, alegando: "mas a China tem 1 bilhão e 380 milhões de pessoas", eu treplico dizendo que há 20 anos a China ocupava a 32ª posição no cenário mundial, e hoje, com seu vertiginoso crescimento e efetiva política governamental, ela, a China, já ocupa a 3ª posição.
O segredo da China, além do investimento em educação e do bom gerenciamento do governo, está em sua extensa, ampla e dominante economia de escala. Enquanto isso, o Brasil que há 12 anos ocupava a 8ª posição mundial, está hoje na 14ª posição. E continua caindo.
Enquanto isso, o nosso “governo” e os nossos “economistas” ainda se vangloriam, dizendo que a economia brasileira "está crescendo". Onde? Crescendo onde, estúpidos?
(Plagiando o brilhante ex-presidente americano Bill Clinton).

Enfim, as estatísticas (principalmente no Brasil) servem conforme a vontade do expositor pois ele pinça o diminuto lapso que lhe interessa. O que temos mesmo é que fazer comparações com o resto do mundo e num espaço e tempo igual para todos. Mas, sabemos, o Brasil é o país das distorções. Em tudo. Infelizmente.
Bem, vou parar agora, para atender aos meus filhos que estão ansiosos para sair. Só resta uma entidade divina salvar o nosso país, pois nas mãos em que está, tudo só piorará.
Um grande abraço, Norton Seng
Autor: Norton Seng
Enviado por: John Dale
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