sexta-feira, 19 de junho de 2015

SIM SENHORES, ALÉM DE PALMEIRAS E SABIÁS, TEMOS PESQUISADORES E CIENTISTAS EM NÍVEL DE EXCELÊNCIA


Um vilão de muitas caras

18 de junho de 2015

Maria Guimarães e Pablo Nogueira | Revista Pesquisa FAPESPNão foi a praia que atraiu o virologista Paolo Zanotto, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), e o doutorando Julian Villabona-Arenas ao Guarujá, no litoral sul de São Paulo, no verão de 2012-2013.
Eles estavam acompanhando os casos de dengue no município, selecionado pela proximidade com a metrópole paulistana, e analisando a genética dos vírus para reconstruir a malha de transmissão entre pessoas. As análises mostraram que dois bairros, Pae Cará e Enseada, eram os focos principais da doença, que deles se espalhava para outros pontos da cidade.
O trabalho dos pesquisadores chamou a atenção de uma funcionária do departamento de vigilância sanitária local, que percebeu a preciosidade de saber onde estavam os casos com vírus ativos e convocou uma unidade de fumigação – o chamado “fumacê” – para matar mosquitos nesses locais. “Foram na cabeça do dragão e deram o tiro”, diz Zanotto.
Depois disso, os mapas mostram uma situação mais fácil de controlar, com casos isolados. “É isso que precisa ser feito em todos os municípios”, preconiza, ao mesmo tempo que ressalta a necessidade de combinar vacinas a diferentes formas de controle do mosquito transmissor da doença.
O trabalho do grupo de Zanotto vem apontando caminhos para o combate à dengue e sublinhando o risco crescente das epidemias. Um motivo de alerta é a presença dos quatro sorotipos do vírus que eles observaram em Guarujá naquele verão, como mostra artigo de 2014 na PLoS Neglected Tropical Diseases. Provavelmente tem impacto a proximidade do porto de Santos, onde mosquitos e vírus desembarcam como passageiros clandestinos.
Em Jundiaí, muito próxima à Região Metropolitana de São Paulo, os pesquisadores encontraram apenas os sorotipos 1 e 4, mas isso não chega a ser um alívio. Em conjunto, os dois municípios já revelavam que a capital paulista está sujeita a múltiplos vírus, criando uma situação conhecida como hiperendemicidade, que aumenta o risco de uma pessoa ser infectada várias vezes, com maior risco de casos do tipo hemorrágico.
“A presença dos quatro sorotipos em um surto numa das áreas mais densamente povoadas no Brasil é um achado perturbador”, afirma Villabona-Arenas. “Essa cocirculação só havia sido documentada em países do sudoeste da Ásia há décadas e mais recentemente na Índia, sempre associada à maior gravidade de doença entre crianças.”
De fato, os números mais recentes não permitem relaxar, embora o medo imediato do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, comece a ficar em segundo plano com a chegada do frio e da seca, que não favorecem o desenvolvimento das larvas.....Leia Mais...


Pesquisa translacional pode levar a novo fármaco contra imunossupressão após sepse

18 de junho de 2015

Diego Freire | Agência FAPESP - Pesquisadores do Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias (CRID, na sigla em inglês), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs), financiados pela FAPESP, podem estar próximos de identificar o primeiro alvo farmacológico para tratamento de pacientes que desenvolvem imunossupressão após quadro de sepse.
As pesquisas em torno do novo alvo farmacológico foram apresentadas durante o First International Symposium on Inflammatory Diseases, realizado pelo CRID na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da Universidade de São Paulo (USP) de 9 a 11 de junho.
De acordo com Fernando Queiroz Cunha, professor da FMRP-USP e coordenador do CRID, o objetivo do simpósio foi ampliar a pesquisa translacional na área de doenças inflamatórias.
“Como um dos objetivos do CRID é a realização de pesquisa translacional, encontramos na realização do simpósio uma oportunidade de reunir cientistas que trabalham com doenças inflamatórias, tanto na pesquisa básica como na clínica, para travar discussões sobre achados experimentais com o objetivo de desenvolver novas estratégias para o tratamento de pacientes – ou, ainda, coletar questões originadas na vivência clínica e que possam ser respondidas na bancada, sempre com o objetivo de aprimorar os tratamentos atualmente em uso”, disse à Agência FAPESP.
Os pesquisadores tentam desenvolver novos medicamentos e propostas diagnósticas para doenças inflamatórias de origem infeciosa, autoimune ou metabólica. Para isso, realizam experimentos em laboratório, com auxílio de animais geneticamente modificados, e clínicos, por meio de sequenciamento de RNA extraído da amostra de pacientes.
Nesse contexto, um dos objetivos é a descoberta de alvos farmacológicos para o tratamento da sepse, síndrome caracterizada pelo desenvolvimento de uma resposta inflamatória sistêmica, principalmente em decorrência de uma infecção bacteriana. Em alguns casos, o intenso quadro inflamatório, iniciado na fase aguda da doença, pode ativar a produção de mediadores anti-inflamatórios e imunossupressores, levando ao desenvolvimento de um estado conhecido como imunossupressão induzida após a sepse.
O estado é caracterizado pelo aumento de um tipo celular chamado de linfócito T regulador (Treg), e os pesquisadores buscam entender os mecanismos moleculares associados a esse aumento durante o desenvolvimento do quadro de imunossupressão em pacientes que sobrevivem a sepse...Leia Mais

Nenhum comentário:

Postar um comentário