As escolas ocidentais perdem as suas posições. São os chineses e os sul-coreanos que conquistam os primeiros lugares nas olimpíadas internacionais de matemática. Alunos oriundos da Índia vencem nos concursos de ortografia inglesa. Lá onde os métodos de ensino são mais rigorosos as crianças obtém  melhores resultados do que nos países onde temem sobrecarregar a criança e permitem que ela própria defina o volume do material didático. Em muitas escolas da França, da Alemanha e dos EUA os alunos não são obrigados a decorar a tabuada de multiplicação: são apenas convidados a fazê-lo. E este processo estende-se por anos a fio. Enquanto isso, o processo de ensino continua e as lacunas acumulam-se. Como resultado, o aluno sai da escola com uma bagagem muito escassa de conhecimentos. Ao mesmo tempo, na China e na Índia, onde os alunos são obrigados a decorar muita coisa, o fundamento educacional resulta forte e sólido, - aponta Alexander Abramov, membro-correspondente da Academia Russa de Educação:
"Sabe-se que os secundaristas de muitos países europeus e dos EUA não primam no conhecimento de muitas matérias. Mas lá a ideia é totalmente diferente. O mais importante é educar o cidadão. Um graduado da escola secundária nos EUA é patriota com todas as consequências que daí advém. As prioridades que reinam lá são outras e os resultados dos testes internacionais comprovam isso. Mas quando se trata de realizações evidentes na educação, é preciso ter em vista a China, incluindo Hong Kong, onde o sistema de educação é mais rigoroso."
Todavia, na Rússia ficou ultimamente na moda imitar a experiência de escolas ocidentais. O aluno ainda não pode andar livremente pela sala durante a aula, nem tratar o professor de "você", mas as exigências tornaram-se mais leais. O programa, que anteriormente era obrigatório para todos, agora é dividido em setores. Em particular, anteriormente o aluno de uma escola especial estudava o volume habitual de todas as disciplinas, dedicando, ao mesmo tempo, uma atenção especial a uma determinada ciência. Agora a especialização começa já no meio do curso escolar, isto é, certas matérias são estudadas a fundo, enquanto que as demais apenas superficialmente. Esta atitude exerce influência negativa sobre o desenvolvimento da criança, - supõe o acadêmico Alexander Abramov:
"Toda a experiência da escola soviética comprova que o estudo é, antes de mais nada, um grande trabalho conjunto do professor e do aluno. E a atual prática de redução de exigências é um fenômeno muito negativo. Todos compreendem que o nível de instrução escolar está baixando. Qual é a causa principal disso? Analisei o grau de complexidade dos problemas e o volume do trabalho que os alunos executavam nas décadas de 50 e de 60. Pois bem, os problemas que os secundaristas resolvem na base de manuais de matemática modernos são de uma ordem inferior aos anteriores. Os êxitos da educação matemática soviética foram alcançados porque os alunos trabalhavam então muito mais. O cérebro humano é um instrumento perfeito, cujas aptidões não podem ser subestimadas – é preciso carregá-lo permanentemente. Creio que estamos agora abaixo da "barra" natural de exigências e de encargos."
Eis um exemplo característico. Nas escolas de música ou de esporte, isto é, lá onde existe um objetivo bem claro, os alunos e os pedagogos tanto na Rússia, como no exterior continuam persistentes no seu trabalho. Nem sempre crianças querem cumprir as exigências do professor ou do treinador, mas depois sempre ficam gratos aos seus professores pela persistência e, inclusive, crueldade. E mesmo se estes jovens não se tornem músicos ou esportistas famosos  mais tarde, eles alcançam mais na vida do que os contemporâneo que não fizeram o mesmo curso.
Natalia Kovalenko