segunda-feira, 22 de abril de 2013

LÁ COMO CÁ, O POVO SABE QUEM VERDADEIRAMENTE ESTÁ A ROUBAR: O GOVÊRNO!!!


Portugal: o feitiço virou-se contra o feiticeiro


Mesmo assim o povo continua a votar cor(ordeiramente) * Haja cordeiros para a tosquia, quando não o abate!!!



4.03.2013, 11:21, hora de Moscou
Imprimirenviar por E-mailPostar em blog
portugal, impostos, politica fiscal
© Flickr.com/ francisco.fernandes/cc-by-nc-sa 3.0

Os governos às vezes têm ideias fantásticas. Quando não se lembram de lançar novas proibições, inventam formas originais de cobrar impostos. Foi o que aconteceu em Portugal. Tal como em muitos países (à exceção dos do Norte da Europa onde as pessoas parece terem gosto em fazê-lo), os portugueses só pagam impostos quando são obrigados. Se puderem fugir, fogem.

O governo do social-democrata Pedro Passos Coelho descobriu que a economia paralela (ou mercado informal, como dizem no Brasil) tal como o nome indica, não paga impostos. Ora isso é uma afronta à economia “oficial” e distorce a concorrência. Portanto, há que arranjar uma maneira de obrigar a pagar os que costumam fugir ao fisco. Não digo que não seja louvável tal intenção. Como normalmente todos sabem, as oficinas de automóveis, os cabeleireiros, os cafés, restaurantes e outros pequenos estabelecimentos costumam dizer que ganham uma coisa quando na realidade ganham outra. Ora o nosso querido governo teve uma ideia brilhante: se os senhores empresários não passam faturas do que vendem ou dos serviços que prestam e, consequentemente, pagam menos impostos, vamos obrigar os consumidores por lei a pedir essa mesma fatura. E mais: se não pedirem e forem inquiridos na rua, à porta do estabelecimento comercial, por um fiscal, serão multados, com multas que podem chegar a 2 mil euros. Vai o pobre de um português ao café beber qualquer coisa e é obrigado a exigir que o empregado lhe passe uma fatura e ainda tem que se lembrar de cor do seu número fiscal, que deve ser incluído na mesma.
Mas, a ideia brilhante não se resumiu a isto. O Governo criou na Internet, no Portal das Finanças, onde geralmente os cidadãos entregam as declarações eletrônicas de impostos, um programa bonitinho onde todos os senhores empresários têm que inserir todas as faturas que passam todos os dias. Caso não o façam (imagine-se a sofisticação) o cliente final pode fazê-lo ele próprio e, não havendo conformidade, desencadea-se um alarme. Resumindo: para combater a economia paralela, o Estado português pôs os seus cidadãos a serem polícias fiscais dos comerciantes e empresários em geral.
Enquanto o caso não chegava ainda às ditas multas, os cidadãos iam se conformando com a nova obrigação de colecionar faturas cada vez que bebiam um café ou comiam um bolo.
Mas assim que o Governo se preparou para “ir ao bolso” mais uma vez e de forma patentemente injusta, as pessoas revoltaram-se.
Agora vem a parte mais interessante. Primeiro, um escritor, Francisco José Viegas (com quem, a propósito, partilhei um prêmio literário na adolescência, desculpem o pecado da vaidade), ex-secretário de Estado da Cultura do atual governo, mas que há meses se demitiu, insurgiu-se contra tal medida dos seus ex-colegas e, sob a forma de carta aberta ao secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, escreveu no seu blogue: "Caro Paulo Núncio: queria apenas avisar que, se por acaso, algum senhor da Autoridade Tributária e Aduaneira tentar 'fiscalizar-me' à saída de uma loja, um café, um restaurante ou um bordel (quando forem legalizados) com o simpático objetivo de ver se eu pedi fatura das despesas realizadas, lhe responderei que, com pena pela minha evidente má criação, terei de lhe pedir para ir tomar no cu, ou, em alternativa, que peça a minha detenção por desobediência".
Longe de ter sido criticado pela obscenidade, o escritor foi louvado pela coragem e irreverência.
Segunda parte do filme: os cidadãos começaram a ser tão criativos quanto as autoridades fiscais. Passou a circular, por SMS e nas redes sociais, uma lista com alguns números de identificação fiscal (NIF) de membros do governo.
Nas redes sociais, o movimento cívico Revolução Branca sugeriu uma “desobediência cívica irônica” dos contribuintes, através do pedido de faturas em nome do primeiro-ministro, em protesto contra a nova legislação. Pois é, o feitiço do Governo parece ter-se virado contra o feiticeiro: no sistema eletrônico acima referido foram carregadas “milhares de faturas” com o número de contribuinte do primeiro-ministro, passadas em restaurantes, cabeleireiros e oficinas de automóveis – totalizando milhões de euros em despesas, que entupiram os serviços fiscais. Acontece que, quando um contribuinte mostra ter mais despesas que receitas, os serviços iniciam um processo de investigação das suas contas.
O presidente do movimento Revolução Branca considerou esta rebeldia dos cidadãos “perfeitamente natural” e assinalou que “as coisas quando são espontâneas são porque surgem do fundo do coração”.
Como vai acabar esta guerra entre autoridades e cidadãos? Ninguém sabe.
Uma coisa sei: a democracia parece estar viva (ainda). Finalmente todos perceberam que estar em democracia não é só votar (cor)ordeiramente de quatro em quatro anos. Parece que estamos a inventar novas formas de participar e de escolher o nosso futuro, que é incerto. Na Europa, temos que criar um novo tempo, temos todos que ser atores desse tempo, enquanto não é tarde.

 

  • Erivan Santiago França Filho · United Nations Organization at Onde Trabalho
    O problema de querer ou não querer pagar impostos está diretamente relacionado ao problema the destinação das taxas, impostos e outros tributos cobrados. A corrupção não está apenas no desvio (furto, peculato,...) de verbas publicas mas, também, na má utilização desses recursos.
    Quantos de nós não sabemos de ruas e estradas oficialmente asfaltadas mas que, na realidade, nunca saíram do papel? Quantos de nós não sabemos de escolas e centros de saúde que existem e que não existem? De funcionários que existem e que não existem?
    Quantos de nós não vemos servidores públicos faltando ao trabalho sem uma justificativa ética e moralmente aceitável ou trabalhando e fazendo gastos para atender a interesses ilegítimos? Quantos de nós não vemos servidores públicos desperdiçando materiais ou consumindo água, combustível e energia desnecess...See More
    • Erivan Santiago França Filho · United Nations Organizationat Onde Trabalho
      Cristina, eu entendo bem o que voce estah a dizer. Longe de mim pensar que voce fez ou quis fazer apologia da fuga aos impostos. Estou de acordo com a sua tese da desmotivacao popular devido ao "protetorado" e a dragagem de nossas riquezas para bolsos e solos alheios. Isso eh parte do problema. Mas faz-me impressao (como voces dizem) imaginar o povo portugues com a mentalidade do povo escandinavo. Pahra com isso! "Deus eh pai, nao eh padrasto."

      Outra questao que necessita de uma acurada analise e posicionamento: Eh certo que o povo devia e deve fiscalizar o uso devido e indevido dos ativos e passivos publicos, mas tambem eh certo que os doadores/investidores tambem tem que assumir a sua cota de responsabilidade por nao verem a quem estavam e seguem ajudando/financiando.

      Com relacao aa divida externa (se eh que o capital volatil ainda nos permite imaginar bandeiras), creio que a revisao transparente e bem elaborada dos valores e da destinacao dos recursos poderia ter um peso significativo na admissao total ou parcial da divida e, consequentemente, na nossa vontade de paga-la. Nao sei se eu me fiz entender.
    • Bruno Miguel Lopes · Bracknell
      Acho que resumiste ali tudo numa frase...As pessoas fogem ao pagamento de impostos porque sabem para onde ele vai!Não para ajudar o pais a sair do fosso em que está,mas para enxer os bolsos a lobis e politicos curruptos. Quando vemos politicos comprar 10 audis de ultimo modelo para se poderem usufruir com o povo a morrer a fome e sem trabalho e quando questionados respondem descaradamente "Se querem democracia teem de pagar por ela",penso que a fuga a esse pagamento sobre a forma de brutos impostos e nenhumas regalias para o povo é obvia
  • Nilton Novack ·  Top Commenter · Novack Mat. de Const. at Empresario
    Um país com tantos anos de historia ficar oprimindo os seus.
    Devia recorrer á industrialização do país , a economia de um país não é só baseada em serviços mas principalmente na industria!
    Nota do editor do blog GRIFAO: Havia eu lido a reportagem acima no local onde originalmente fora inserida, porém calei-me já cansado das coisas que nos chegam ao conhecimento, toda a corrupção de governantes e a impunidade que propiciam aos aliados e até aos inimigos (pois se principiarem a punir, quem saberá dentre esses quantos poucos restarão livres???)

    Reportagem transcrita na íntegra (exceto intervenção que fiz em 'ordeiramente', que transcrevi '(cor)ordeiramente'. Aliás, esse portal russo escancaramente belicista, anti norte americano e até ao mundo ocidental, hoje é talvez um dos melhores locais para coletar informações da Rússia, China e até do Oriente Médio, inclusive talvez até do Ocidente. A quem não concordar, talvez falte um pouco de alma eslava para compreender a Rússia. Ainda aliás, não só o portal, mas o governo russo no seu todo é belicista e anti ocidente, anti norte americano inclusive; essa é minha opinião particular.

    Fonte: http://portuguese.ruvr.ru/2013_03_04/Portugal-o-feitico-virou-se-contra-o-feiticeiro/

Nenhum comentário:

Postar um comentário